Redemoinho

A vida insistia em trazer-te, como redemoinho de fogo.

Ora me aquecendo, ora me queimando.

Tornou-se latão o que um dia foi ouro.

Cicatrizes na alma; filamentos e remendos no coração.

Quantas falhas cometemos, que tolice de amor.

Sentimentos mútuos de descontentamento.

Porém, nem tudo foi temor.

De bom, apenas o beijo, isso, sim, era fatal.

Comigo foste tão mau.

Desejos da pele saciados, somatizados a ressentimentos.

De longe, fez-me bem o teu mal.

Raramente estavas em mim, assim como estavas em ti.

Já houve paz quando esteve presente e se fez presente, em alguns momentos.

Meus dias eram puros apuros.

Não pretendo a dor esquecer o que sou.

Tudo vago quando lembro do passado.

Abraçando-te;

Desejando-te;

Sendo fiel,

Fazendo do meu inferno o teu céu.